20.6.10

Novos queimadores de pellets industriais

A busca por energias mais limpas e baratas a fim de substituir os combustíveis fósseis muitas vezes deixa de lado opções simples e que fazem parte do cotidiano da população há milhares de anos. O engenheiro belga T. Gauthier vive no Brasil há mais de 20 anos, tem larga experiência em energias alternativas e desenvolveu um sistema para obter calor da forma mais simples que se possa imaginar: com restos de madeira e qualquer outro subproduto de origem vegetal. No entanto, aplicou tecnologia e conseguiu resultados surpreendentes de rendimento, eficiência, baixo custo, e o que é mais importante, com níveis irrisórios de poluição. Ou seja, bom para o bolso e também para o planeta. Gauthier explica que a biomassa, principalmente sob a forma de lenha, é utilizada desde os primórdios da humanidade e ainda hoje é o combustível mais usado para obter energia térmica, no entanto, de forma rudimentar. Não é novidade no Brasil ou nos países europeus o uso de briquetes ou ainda de pellets, que são resíduos madeireiros ou agrícolas prensados e transformados em grãos. Os pellets tornaram se um dos combustíveis mais comuns para aquecimento residencial no Hemisfério Norte, dispensando os derivados de petróleo, gás natural ou carvão mineral. A novidade do engenheiro é justamente aplicar tecnologia no uso desses pellets para que possam produzir energia com níveis industriais. Com o sistema disponibilizado por meio da empresa EcoHeater Ltda, “é possível conseguir a queima desses granulados com potências adaptadas às necessidades industriais. Isso é de 10 a 100 vezes maiores do que as necessárias na utilização doméstica”, explica o engenheiro, que garante potências desde 350 até 3000 kWh. Ele afirma, ainda, que a empresa conseguiu melhorias sensíveis por permitir a utilização de granulados com teor de cinzas de 5% a 6%. Outro fator interessante do sistema EcoHeater é que ele pode ter como combustível não somente os resíduos de produtos florestais, mas também de praticamente qualquer vegetal, como bagaço e palha de cana, capim- elefante, palha de brachiaria, etc. Todos resíduos fáceis e baratos de serem encontrados e processados para serem transformados em pellets. No Brasil, é quase inexistente a necessidade de aquecimento residencial, as poucas empresas que iniciaram uma produção de pellets vislumbravam o mercado de exportação, mas perderam a competitividade”. É exatamente desse panorama que seu sistema se beneficia, pois conta com produtores locais de pellets que não conseguiram exportar e com a tecnologia necessária para aplicar a matéria em queima com nível industrial.

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