Chegam
de diferentes partes do mundo sinais cada vez mais evidentes de que os
investimentos em fontes limpas e renováveis de energia vão modificando, com
rapidez surpreendente, a configuração da matriz energética. Durante o carnaval a
Associação de Energia Eólica da China informou que o vento ultrapassou, em
importância, a energia nuclear naquele país. Segundo o comunicado, em 2012 a geração
eólica alcançou a marca de 100 bilhões de quilowatt-hora (Kwh) fazendo com que
o vento assumisse a terceira posição no ranking da matriz energética chinesa,
atrás do carvão e da hidroeletricidade.
Falando em Brasil, avançamos na
expansão da energia eólica em nossa matriz energética (o número de pessoas
beneficiadas pela energia do vento no país é de aproximadamente 12 milhões) e
no crescimento dos coletores solares para aquecer a água do banho (já são mais
de 2,5 milhões de coletores instalados). Mas não há, ainda, política definida
para a produção de energia elétrica a partir do sol nem da biomassa. Se temos
em nosso favor o privilégio de poder realizar escolhas (na maioria dos países o
cardápio de opções energéticas é bem mais restrito que aqui), importa agir com
inteligência, visão de longo prazo, e considerar as novas diretrizes que regem
os investimentos globais em energia. Em resumo: fontes fósseis (ainda muito
importantes e prevalentes no mundo) perdem progressivamente prestígio e
importância (o Brasil do pré-sal é uma das exceções). E pela velocidade com que
os países desenvolvidos investem em inovação tecnológica na direção de fontes
mais limpas, a “descarbonização” da matriz energética parece ser o norte
magnético da bússola. Será que os pellets de madeira terão espaço neste novo
cenário que se apresenta? Eu aposto nisso!