“A madeira é um combustível neutro em carbono, ou seja, as
emissões gasosas da sua queima são recuperadas no crescimento da árvore, por
meio do ciclo do carbono”
Essa afirmação tem assustado os ambientalistas e dividido
cientistas nos Estados Unidos. Os ambientalistas argumentam que:
- Os críticos - - > Promover o uso dos pellets de madeira pode desencadear uma exploração madeireira que destruirá a biodiversidade em nome da proteção do clima;
- Os críticos - - > Exploração madeireira corte/colheita/transporte numa área, ao longo do tempo, retira o carbono do solo e o lança a atmosfera. Há necessidade de análise não só na árvore cortada, mas no que está abaixo dela;
- Os favoráveis - -> O comércio de pellets para a europa é bom economicamente (motivos óbvios), mas sobretudo ambientalmente porque mais florestas serão plantadas nos EUA para atender a demanda e mais carbono será removido da atmosfera.
Os cientistas das principais Universidades americanas estão
divididos:
- 65 cientistas críticos da madeira escreveram uma carta, aos líderes do Senado nos EUA, advertindo que o rótulo “CO2 neutro” estimula o desmatamento e elevaria as emissões líquidas;
- 100 cientistas favoráveis ao uso dos pellets de madeira, contra argumentaram que o combustível tem baixas emissões e essa tese está bem estabelecida na literatura científica. Artigos mostram que os pellets de madeira emitem até 85% menos gases do efeito estufa do que o carvão mineral, quando se analisa o ciclo de vida do produto;
Usina Termoelétrica no Reino Unido que utiliza pellets de madeira |
O novo Presidente dos Estados Unidos terá uma difícil
decisão nos próximos dias:
- - > aceitar a pressão dos estados ricos em madeira e o que
dizem os cientistas favoráveis ao seu uso e validar a madeira como neutro em
carbono: continuar os subsídios oferecidos;
- - > ignorar que as emissões causem o aquecimento global:
ignorar subsídios e acordos já firmados;
O que se sabe, com certeza, é que essas discussões sobre a energia dos pellets de madeira e o
clima ainda estão longe de acabar!
Leia mais sobre esse tema consultando o artigo:
CORNWALL, W. The burning question. Science, v. 355, n.
6320, p. 18-21, 2017. DOI: 10.1126/science.355.6320.18
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